Emaús Vila Velha

História do Movimento Emaús Vila Velha
Emaús conhece Vila Velha


A primeira casa do Movimento Emaús Vila Velha foi adquirida no final de 2005, por R$ 500,00, dando início aos trabalhos do Movimento que teve seguimento com a transferência e instalação de Airton Barreto na comunidade, junto com sua família, e a aquisição de outras casas que abrigaram a Casa do Fazer.


Em 2004, o advogado Airton Barreto, um dos fundadores do Movimento Emaús Amor e Justiça, fazia atendimentos jurídicos e sociais na Casa do Saber (Ação Social do Emaús Amor e Justiça), quando recebeu uma visita de duas mulheres que lhe pediram cestas básicas e uma visita ao local onde moravam. Diziam elas que viviam muito abandonadas.


Conseguindo as cestas, Airton foi com as mulheres conhecer a realidade que elas estavam apontando e que ele não conhecia. Era uma antiga salina, ao lado do Rio Ceará, numa região de mangue, para onde migraram algumas famílias cinco anos antes. Essas famílias ocuparam o espaço numa tentativa de terem um lugar onde morar, mesmo em situação de extrema miséria. Era Vila Velha 4.


Ao se defrontar com o ambiente, Airton sentiu um impacto diante daquela realidade. Segundo suas próprias palavras: “Foi como se estivesse vendo o casamento da degradação humana com a degradação ambiental, um verdadeiro pós guerra. Fiquei tocado por aquele momento”.


Airton, que prestava serviços sociais e jurídicos às comunidades carentes há muito tempo, percebeu rapidamente a total e revoltante carência física, moral e espiritual que envolvia aquelas pessoas. Elas estavam realmente esquecidas, o descaso das autoridades era total. Sem nenhuma política pública que as protegesse, viviam em completo isolamento.


Airton já estava no Movimento Emaús Amor e Justiça há 14 anos e percebia o quanto estava se acomodando. De espírito inquieto, sentiu que chegava o momento de partir para um outro desafio e aquela visita o conscientizou de que ainda tinha muito a fazer. Era necessário criar uma casa de Emaús naquela comunidade sofrida.


O Movimento Emaús Amor e Justiça, ciente da sua missão de apoiar a criação de outras casas de Emaús, concordou com Airton e ofereceu meios para a criação do Emaús Vila Velha. Sem este apoio, teria sido impossível a realização do intento.


Após duas semanas daquela visita à Vila Velha 4, Airton convidou sua esposa, Jarlyne, seu filho José Luis, os companheiros Giuseppe e Carlos, e um grupo de amigos para o acompanharem à Vila Velha 4. Levaram lanche, corda e bola para brincar com as crianças. Chegaram à casa de Liduina, uma mulher de uns 40 anos de idade, mãe de vários filhos e que hoje é responsável pelos serviços gerais da Casa do Fazer. Brincaram com as crianças, conversaram e estabeleceram o segundo contato com a comunidade. Em uma terceira ocasião, voltaram com Isabele e Lisa, esposa de Carlos. O casal seria, mais tarde, um grande apoio à criação de Emaús Vila Velha.